Porquê começar um negócio online?
Começar um negócio online pode ser assustador, principalmente quando começamos do zero.
Quase todos os tipos de negócio podem passar do mundo físico para o digital. As razões para dar esse passo são imensas, mas vamos abordar as motivações essenciais.
Um dos motivos incontornáveis, é sem dúvida a credibilização do teu negócio e da tua marca. Hoje em dia, uma presença online de forma profissional serve de validação da atividade desenvolvida transmitindo confiança aos teus futuros clientes. Até para os mais resistentes à transformação digital, a própria concorrência obriga a uma presença online agressiva e forte, utilizando todas as ferramentas ao dispor.
Já estou online, e agora?
Depois de já teres a tua presença consolidada, é hora de fornecer ao teu público informações úteis de acordo com o teu negócio (e.g. horários, ementa, preços, produtos, campanhas, condições, políticas internas), conceder ferramentas para agilizar a comunicação e agendamentos/reservas (e.g. formulários, chat, E-mail) e fornecer meios para realizar a venda e o respetivo pagamento.
Depois de conquistares os primeiros clientes e “alimentares” a audiência através das redes sociais ou até de outras ferramentas como newsletter, E-mail marketing, blog, anúncios etc., é hora de planear a próxima temporada, procurando as ferramentas e técnicos que te vão trazer melhores resultados dentro do orçamento disponível.
Parece muita coisa, eu sei, já passei por isso. Desta forma, vou enumerar 5 passos iniciais para começar um negócio online do zero:
Começar do zero:
1. Organizar a casa antes de arrancar
Se quiseres vender produtos, não esperes pela loja online. Existe muito trabalho que podes ir adiantando e mais à frente tudo será mais fácil.
Pode parecer um lugar comum, mas a organização é a chave para o arranque. Vou exemplificar:
Cataloga tudo, divide os produtos por categoria e se necessário por subcategorias. Pensa em etiquetas que ajudem as pessoas a encontrar o produto/serviço. Atribui nomes, descrições e detalhes do produto (e.g. peso, dimensões, cor), preços (estuda a possibilidade de preços promocionais e cupões de desconto). Cria textos simples a descrever a tua atividade, os teus produtos/serviços e outras informações importantes do teu negócio (e.g. contactos, redes sociais, morada). Não estás inspirado? Consulta a concorrência e empresas que admiras, não há nada de errado nisso.
Tira fotos dos produtos ou da tua atividade, tira muitas fotos. Não necessitas de esperar para ter verba para contratar um profissional, podes investir nisso mais tarde. Os smartphones de hoje em dia, mesmo os de baixa gama em boas condições de luz, já conseguem tirar boas fotos. Se o teu dispositivo é mais antigo, pede a um amigo que tenha um equipamento melhor ou uma boa câmara fotográfica. Mesmo que não sejas um mestre da edição de fotos, existem programas online que correm num navegador e que já tem filtros e controlos adaptados aos novatos.
Em determinados casos, podes recorrer a bancos públicos de imagens ou a ilustrações. Mas, cuidado com a utilização de ficheiros que obténs online. Consulta sempre a licença de utilização.
Agora que já tens os conteúdos e a parte mais visual, está na altura de pensares na organização do teu tempo e do esforço que vais despender na próxima fase. Se tens um trabalho a tempo inteiro, pensa muito bem antes de entregares a tua carta de demissão. Vale mais a pena começar devagar, agendando alguns períodos da semana para te dedicares ao projeto. Por outro lado, se estás desempregado, estás com algum tempo livre ou tens algumas poupanças de lado, não deixes de preencher a tua agenda de forma organizada para maximizar o tempo que vais investir.
Agora que tens o negócio estruturado e tempo alocado para investir, podes começar a olhar para a parte online do negócio.
2. Avalia as necessidades do negócio online
Nesta etapa existe uma primeira decisão a ser tomada: Quero vender os produtos/serviços diretamente no site ou irei fazer a venda mais tarde depois de realizar um orçamento ou de prestar uma consultoria ao cliente. Muitas vezes os Trabalhadores Independentes ou Empresas que estão a começar, também fazem vendas através das redes sociais, utilizando meios de pagamento como Paypal, MB WAY ou meios de pagamento mais clássicos como a transferência bancária.
Normalmente os meios de pagamento online cobram taxas baixas, mas é necessário estar atento para ajustar os preços finais dos produtos de modo a cobrir esses custos.
Em seguida, é necessário definir quais os dados do meu cliente que são necessários para efetivar o negócio. Este passo é essencial para adequar o projeto à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e criar toda a documentação necessária.
No caso de projetos que envolvem envios ou outros custos adicionais, é novamente necessário planear bem as despesas de forma a que o preço associado ao produto seja o adequado.
3. Escolhe um nome de domínio e uma plataforma
Esta é uma etapa tecnicamente mais exigente. Se não deténs tempo para investir, não tens muito à vontade com questões mais técnicas ou simplesmente preferes focar-te no teu negócio, talvez seja a altura de pedires ajuda a uma Empresa especializada, uma Agência da área digital ou até um Freelancer que tenha as credenciais necessárias.
Não contrates a primeira pessoa que te aparecer, na Internet existem muitas pessoas que tentam dar golpes ou que não possuem as condições técnicas suficientes. Faz sempre a tua investigação!
Nome de domínio
Um nome de domínio é uma espécie de morada do teu site, por exemplo, abola.pt é o nome de domínio do jornal A Bola. Um nome domínio que represente a tua empresa, marca ou identidade, geram automaticamente uma autoridade e uma credibilidade ao teu negócio.
A escolha de um nome de domínio, poderá ser uma etapa frustrante pois o nome que pretendes poderá já ter um titular. Se quiseres mesmo um nome já “ocupado”, poderás entrar em contacto com o titular e talvez consigas um acordo justo. Se não conseguires aquele nome de domínio ideal, usa a tua criatividade e informa-te das melhores técnicas num guia online.
Para os nomes de de domínios .pt, existem muitas opções nacionais para comprar o domínio. Algumas empresas como a Domínios ou a Amen tentam atrair novos clientes com custos de aquisição de domínios muito baixos, mas com taxas de renovação mais elevadas. Por outro lado, por exemplo a PT ISP, cobra um preço inicial mais elevado do que os mais baixos, mas a renovação é mais económica. Para outros domínios que já tive a oportunidade de adquirir, como .com ou .uk, prefiro utilizar a Namecheap devido aos seus preços muito competitivos.
Plataforma
Em relação à plataforma a utilizar, desenvolver e manter uma loja produzida “de raiz” é uma tarefa complexa e dispendiosa, só justificável para um e-commerce de alta escala.
Normalmente, a opção mais adequada para quem está a começar será optar por um serviço que permita criar uma loja online de forma expedita ou escolher uma solução intermédia, que exige mais tecnicamente, mas permite mais flexibilidade e poupança no futuro. Em qualquer uma das opções, o gestor de loja terá à sua disposição uma dashboard para gerir produtos, preços, cupões, artigos etc.
De forma muito resumida, as plataformas referidas possuem as seguintes vantagens e desvantagens:
E-commerce Standard
Vantagens:
- Usuários menos experientes conseguem ter mais autonomia;
- Construtores de páginas super intuitivos;
- Baixo custo inicial;
- Suporte tendencialmente mais atencioso.
Desvantagens:
- Adicionar novas funcionalidades e designs muitas vezes obrigam a custos extra;
- Integrações também podem implicar despesas extra;
- Biblioteca de nova funcionalidade limitada;
- A escalabilidade do projeto pode ser mais dispendiosa em determinados casos.
Exemplos: Shopify, Shopkit, Wix, CTT
E-commerce personalizável
Vantagens:
- É possível personalizar até ao ínfimo detalhe;
- Criação e instalação de funcionalidades extras, gratuitamente ou a um baixo custo;
- Mais económico a médio-longo prazo.
- Maior flexibilidade e controlo, permitem escalar o projeto de forma mais fácil.
Desvantagens:
- Hospedagem não vem incluída na plataforma;
- Poderá necessitar dos serviços de uma Agência ou de um Freelancer;
- Segurança e performance não estão otimizadas por defeito;
- Maior custo inicial ou maior investimento em aprendizagem.
Exemplos: Prestashop, Drupal, Adobe Commerce (ex Magento), Woocommerce (WordPress)
Para um E-commerce personalizável, a escolha da hospedagem vai depender da dimensão e das características da loja online.
4. Configure a loja e acerte os últimos detalhes
Finalmente a melhor parte chegou! Depois de tanto trabalho e investimento poderás carregar os produtos, definir preços promocionais, criar aquele cupão maroto, configurar as taxas de envio, programar descontos combinados, os meios de pagamento, aquela oferta irresistível quando o cliente vai fechar a janela…tu sabes, aquelas coisas de e-commerce profissional que tu sempres sonhaste controlar.
Não fiques só pela loja! É necessário ter o site de acordo com a Política de Proteção de Dados Pessoais, dando a conhecer as tuas políticas e facultando ao Utilizador meios de preferência de cookies e opções de Tratamento de Dados Pessoais. Também é essencial definir de forma clara os Termos e Condições dos Serviços e/ou Produtos que comercializas.
Só mais uma dica: Produz conteúdo para alimentar a tua audiência quer seja através de conteúdos escritos, uma Newsletter ou posts nas redes sociais com relevância e frequência. Se não tiveres tempo ou vocação, sempre podes recorrer a profissionais que entendam o teu negócio.
5. Promove o teu negócio e investe em Marketing
Este é mais um daqueles temas vastos, mas o básico é:
Dá a conhecer o teu negócio nas redes sociais, mas fá-lo de forma inteligente. Primeiro gera conteúdo e agarra a tua audiência. Tem paciência, logo chegará a altura de fazer a oferta. Ninguém suporta aqueles vendedores chatos!
Podes também otimizar as tuas páginas e conteúdos de forma a ganharem relevância nas pesquisas dos motores de busca. Este será um investimento a longo prazo, mas será um ativo importante para a tua marca.
Podes ainda optar por um boost, através de anúncios nas redes sociais ou em outras plataformas como o Youtube ou Google. Não precisas de começar com investimentos muito avultados. Vai ganhando experiência e se sentires necessidade, procura ajuda de um profissional.
Estas foram as etapas básicas para começar um negócio online do zero. Reconheço que poderá parecer um processo difícil e exigente a vários níveis. Não te vou mentir, desenvolver e operar um negócio online é uma tarefa que exige esforço, mas se te focares naquilo que consegues fazer bem e procurares apoio para aquelas partes que dominas menos, poderás ter em mãos uma plataforma para operar um negócio online com todo o conforto e segurança. Não interessa em que ponto o teu projeto está, se tiveres a motivação certa:
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Fernando Pessoa
P.S. Uma peça essencial para começar um negócio online é ter um E-mail que transmita credibilidade. Comece por ter uma Assinatura de E-mail profissional, em poucos passos.